Cheiro

É um cheiro penetrante

Lembrando árvore cortada,

Lembrando desenlace

De um amor sem passado,

De uma canção esquecida

Espalhada pelo espaço,

Um tempo contaminado

Como um estigma.

É um cheiro inconseqüente

Afastando as borboletas,

Tirando o afago dos ventos,

Indiferente presença

Malvada e cruel sentença.

Cheiro de desilusão,

A pergunta sem resposta

De um enigma.

Poesia extraída do livro: Chuvas de Primavera

... e outros poemas de outono.

Página:47

Fausta Pires
Enviado por Fausta Pires em 25/06/2008
Código do texto: T1051540
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