Cheiro
É um cheiro penetrante
Lembrando árvore cortada,
Lembrando desenlace
De um amor sem passado,
De uma canção esquecida
Espalhada pelo espaço,
Um tempo contaminado
Como um estigma.
É um cheiro inconseqüente
Afastando as borboletas,
Tirando o afago dos ventos,
Indiferente presença
Malvada e cruel sentença.
Cheiro de desilusão,
A pergunta sem resposta
De um enigma.
Poesia extraída do livro: Chuvas de Primavera
... e outros poemas de outono.
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