DESILUSÃO

Houve um tempo já distante,

Em que os tristes olhos meus

Perdia-se na distância infinda

Da ilusão dos olhos teus!

Vestia-se de doce esperança

Com brilhos angelicais,

Cintilando a mesma calma

Do azul do imenso céu!

Não via as púrpuras rosas

A natureza enfeitar;

Nem as águas em cascatas...

Só via o seu meigo olhar!

Não ouvia o cantar festivo

De acrobáticos rouxinóis...

Somente sua voz ressoava

Nas paredes boreais!

Quando, afinal, meu olhar

Desencantado perdia o brilho,

Soubera que um trágico acidente

Ceifara sua visão para sempre.

Desde então o amargor

Da menina dos olhos teus,

Ensandeceu de tristeza

O menino dos olhos meus!

Antenor Rosalino
Enviado por Antenor Rosalino em 05/06/2008
Código do texto: T1020593
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