A divina comédia (releitura)

O poeta, o arquejo, a figura

Pede uma segunda chance de um carrasco

Sepultura é o destino da nossa aventura

A vida imita a arte

A arte imita a vida

Para que todos os efeitos permaneçam

Registrei esse momento antes que desfaleçam.

A mudança no vislumbre de uma vida

Tudo assim se torna mais querida

Vou doar a minha vida

Para ganhar outra mais

Vou flutuar mas só nos atos

Vou ser meros trapos

Da condição que me submeti

O deserto é meio assim

Algo agonizante

Mesmo em meio a tanta gente

Sem prece, não sente

Não tente ser mais

Que a multidão, que o mundo a te regrar

Chagas, de Cristo

De Gandhi

De Buda

De Krishna

Quem sou eu a me levar?

Já não levo

Já não sou o mesmo

Eu sou sempre o mesmo

De alguém a me levar

Poesia-hino

Mentes tu teu desatino

Não me aflores peregrino

Não finja que tudo se perdeu

Mas eu te disse

Ó cara sibila

Sempre há um querubim

A me embalar

Valsas da vida

Causas, lidas

Vou valsar

Vou me me amar

Até o fim

Mas amar o próximo...

Amar o próximo destino

Não estou te mentindo

Pode ser alguém ou algo

Algum sacrifício

Para o sino da igreja sempre tocar

Nossos corações com seu ar condenatório

Professo minha rebeldia com um simples

Poder Oratório

Deus e seus propósitos

Na saga humana

Na brasa, na carne

Humana...

Dangerous
Enviado por Dangerous em 13/01/2024
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