ERROS DO PASSADO




 
 
 
Não, não e não.  Tu não podes atribuir para este ser os teus desatinos e as tuas decisões açodadas. Usastes como bem quisestes o teu livre arbítrio.
Talvez, eu até tenha servido como instrumento para as tuas decisões, porem, involuntário. Por esta razão não sou culpado pelas lágrimas que te vertem aos olhos.
Chorar, sofrer, lamuriar são atos inerentes a nós seres humanos, pobres mortais. Todavia, contudo, nem sempre devemos encontrar culpados para os insucessos.
A união entre dois seres somente se consagra quando vividos intensamente por ambos numa existência terrena a partir do momento em que se encontram e fielmente prometem-se a continuidade para sempre.
Quando um deles, por decisões que nem vale à pena comentar e insistir, resolve que não dá mais para continuar a vida a dois, as lágrimas sempre verterão naquele que se desiludiu. É assim mesmo. Bola pra frente.
Penso cá comigo segundo a minha crença que nada se acaba. Sempre haverão novas vidas, novos encontros e muitos reparos a serem feitos para corrigir erros do passado, seja neste ou em outro plano.

(CLEMENTINO, poeta e músico de São Sebastião – SP/BR.)