Soneto do Horizonte Morto
Este poema é o mosaico de minhas dores
em cada parte habitam dores diversas
e se todas as dores são à alma perversas
Esta em maldade vence com louvores
Eu que era cinza, já me tomei em cores
Destas dores que ora estão por mim dispersas
E por mais que empregue a elas adversas
Forças, das que me restaram dos amores
Nada mais basta estou entregue à elas
Pois a dor maior tomou a alma e o corpo
Meus olhos já não mais são que só janelas
Que dão vista a um horizonte morto
Esperando a luz do dia, dos olhos dela
Sem ela, só nasce a noite: o dia é aborto