Fausto em primeiro de abril
Primeiro de abril como
sinal de outono, no qual
maturidade é assomo
do pensar mais desigual
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do que seria o pensar
do homem de bom gomo
em lida, lida de respirar
algo melhor que o assomo
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bastante pior em abril,
desde meados de março,
quando se viu mais parco
por ser primaveril
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na vã hora da madureza,
sob o encanto de jovem
igual muitas que chovem
no jardim da tristeza
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do fauno desde moço.
Homem que só viu
felicidade em gozo,
cara de primeiro de abril.
Timoneiro
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Timão em proa segura é o que exige o mar
de todo navegante. O mar que vem de dentro
se se traduz em erro, pode atrapalhar
a proa do navio que evita epicentro
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que venha de marujo incauto ou desatento.
Casco é consequência da proa em boa linha,
senão ele esboroa e vira casquinha,
sem que após naufrágio exista alento.
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Dentro do passadiço, o timoneiro é
em quem a guarnição confia a sua vida,
sem que a decisão precise ser ouvida.
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Quem fica a meia nau precisa dessa fé,
porque se houver naufrágio ninguém o olvida.
O melhor que existe é viagem resolvida.