DESMEDIDO
O fulgor da máscara
Adorno
Ritos da minha face
Saliva, penhasco
Rastro de armadura.
Sombria espessura
De um tempo
Sem ordem
Descomedido.
Um breu que
Desabriga
Avassala o medo
Gritos, agonias
E dores.
Corpos congelados
Petrificam
Me proponho
A ouvir o nada.
Será que os dias
Caducaram?
Meu demente sonho
Sôfrega a vida
Códigos
Sem decifrá-los.
Involuntários
Túmulos coletivos.
O que mudará
No universo?
As lidas, o pó as cinzas
Sinuosos cominhos
De tantos resíduos.
Magnânimo desejo
Solidariedade
Compartilhada.
Agruras que muito
Ardem
No presente que
Ameaça o futuro.
Me proponho aos
Vínculos que mitigam
E a vida cintila
Num novelo
De muita sorte.
Eu só não quero
Perder o tempo
De semear.
Daniel Gomez.