DESMEDIDO

O fulgor da máscara

Adorno

Ritos da minha face

Saliva, penhasco

Rastro de armadura.

Sombria espessura

De um tempo

Sem ordem

Descomedido.

Um breu que

Desabriga

Avassala o medo

Gritos, agonias

E dores.

Corpos congelados

Petrificam

Me proponho

A ouvir o nada.

Será que os dias

Caducaram?

Meu demente sonho

Sôfrega a vida

Códigos

Sem decifrá-los.

Involuntários

Túmulos coletivos.

O que mudará

No universo?

As lidas, o pó as cinzas

Sinuosos cominhos

De tantos resíduos.

Magnânimo desejo

Solidariedade

Compartilhada.

Agruras que muito

Ardem

No presente que

Ameaça o futuro.

Me proponho aos

Vínculos que mitigam

E a vida cintila

Num novelo

De muita sorte.

Eu só não quero

Perder o tempo

De semear.

Daniel Gomez.

Dangomez
Enviado por Dangomez em 23/04/2020
Código do texto: T6926552
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