MAL-ME-QUER

É noite, dentro de mim.

Algo, talvez, de dor indefinida.

Que minha partida possa, enfim,

ser ao menos compreendida.

A tristeza em mim faz festa.

Hoje livro-me do meu maior vício.

A sensação não devia ser esta.

Livre de ti, apenas outro início.

Assim, destrono o formalismo.

Despeço os encalhes,

e vou viver meu solipsismo.

Desnecessário repassar detalhes.

Bem-me-quer, Mal-me-quer,

assim despétala a flor.

Na ânsia do Bem-Querer,

só nos causamos dor.

Não faz mal, sei que alguém me quer.

Bem ou Mal, venha o que vier,

arranco a pétala delicada e fina,

e vou procurar quem-me-quer.

T@CITO/XANADU

Paulo Tácito
Enviado por Paulo Tácito em 18/04/2020
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