Quero/ Não Quero
Não quero beijar a boca de quem cospe na minha dor, eu juro que não quero
Não quero ceder o calor do meu corpo a quem friamente me toca como se eu fosse invisível ou impossível
Não quero trocar palavras com quem laconicamente me resume a uma mera fotografia
Não quero pedir mera atenção a quem solenemente ignora o sagrado, ou mesmo o profano, em mim
Não quero gastar meu tempo com quem o desperdiça tentando desvencilhar-se do meu afago com desculpas vazias
Não quero superficialidade se sou um profundo universo de sensações
Não quero cinismo barato em troca das minhas arrebatadoras emoções
Não quero ventos áridos soprando meu ardor
Quero, quero, quero... não querer mais nada nem ninguém de uma vez por todas!
Gabriela Franchi