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Desde novinha, as palavras me fascinavam... poderia escutar minha vó contando os "causos"  mais escabrosos da época em que ela morava na roça por horas... era toda ouvidos para os relatos divertidos e inspiradores de sala de aula do meu pai, professor de corpo e alma... e ria muito com as piadas infames de meus tios e primos, vindos de uma família de humoristas natos como a minha... mas a minha mãe, minha mãe me introduziu de vez à paixão pela palavra escrita! Comecei a ler seu "Diário de Frank" no finalzinho da minha infância, e nele havia belas divagações de sua própria autoria (de uma artista de sensibilidade  aguçadíssima que poderia ter sido aproveitada), dedicatórias de alguns de seus amigos e amores... e aí eu li Drummond pela primeira vez! Carlos Drummond de Andrade e seu  "E Agora, José?" abriram as portas da literatura para mim e eu nunca mais fui a mesma, embora antes disso já gostasse de escrever cartas, cartões, bilhetinhos... mas minha mãe, Drummond, e mais tarde, minhas aulas de literatura na escola com seus estilos de prosa e poesia esmiuçados, me fizeram entender que eu não iria contar para o mundo que o primeiro amor da minha vida foi o menino bonito da classe ao lado da minha... porque eu não queria namorar, nem quando criança e nem mesmo quando adolescente... eu queria, isso sim, era ser escritora!

Meu novo projeto: Podcast Poesia para Acender, com poemas de minha autoria declamados por mim mesma.
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