Amar solitário...
Amar solitário...
Celso Gabriel de Toledo e Silva – CeGaToSí®
Poeta de Luz® - Arquiteto de Almas® - Poeta dos Sentimentos®
Concebida em: Piracicaba, 26/julho/2017 – 22h: 03min
Na primeira vez que escrevi sobre nosso desejo de amar foi com giz,
Imaginava ser fugaz, pois que este poderia ser apagado com o tempo,
Talvez até com as lágrimas d’um findar prematuro, tudo era possível,
Era entre nós o início d’algo novo, desconhecido para cada um, medo;
Contudo as horas e os dias se passaram e disto se fez então meses,
Já não éramos estranhos como no começo, havia o ‘nascer’ do sentimento,
As emoções já nos fortaleciam e a vida conspirava pelo bem da nossa união,
Havia o prazer da presença, como a dor da ausência que conosco brincava;
Na segunda vez que escrevi sobre nosso desejo de amar foi com tinta azul,
A mesma cor do céu quando a beleza do mar e do infinito são as mesmas,
Nossos corpos já eram enfim cúmplices de sutis carícias e tórridas noites,
Minha pele se ‘alimentava’ da tua, não havia em nós nenhum tipo de segredo;
Sendo assim o tempo fez deste relacionar o feliz existir d’alguns anos,
Não ‘residia’ em mim mais a sensação da solidão ou da amarga tristeza,
Acreditava cegamente que o que vivíamos era reciproco, pura felicidade,
Da amiga Lua não fiz mais minha confidente, havia o calor da tua voz;
Na terceira vez que escrevi sobre nosso desejo de amar quis fazê-lo com gotas de sangue,
Pensei buscar um pacto, de certo dar a este relacionamento a magia que ‘pulsa’ n’alma,
Porém, o sensato destino tirou-me a venda da ilusão e me fez ver toda a cruel mentira,
Vi que nunca fomos portos seguros, apenas cais abandonados entregues ao esquecimento;
A verdade fez-se nua e crua, revelou toda a tua falsidade, o quanto não fostes quem era,
Entendi então que só eu era a parte que lhe amava realmente, você apenas um equivoco,
Entendi todos os risos, todas as aventuras, todos os beijos, muito mais as dores vividas,
Uma fantasia bem ensaiada e um teatro bem preparado e eu fui apenas mero objeto;
Revelou-me depois a razão que só me restou o adeus sem volta da última escolha,
Enquanto usei o giz, depois a tinta azul ignorei que ambos poderiam ser apagados,
E sendo assim por estar envolto neste feitiço que um dia chamei de sincero amor,
Acreditei que sempre se lembraria de mim, mesmo que isto fosse um sentir efêmero;
Mas quando quis ofertar meu sangue para unir o meu ao teu caiu-lhe a máscara,
Naufraguei meu ser com tudo o que me fizestes, fez-se fria a minha nau corpórea,
Usei da rosa vermelha da paixão não suas pétalas, mas a indiferença de seus espinhos,
Sangrei sem piedade meu coração e ao ‘teu’ dei o pior que merecias a alforria d’este amor.