REFLEXOS
Sim, sou um troglodita
Um homem das cavernas.
Não nego! Sou assim...
Talvez seja até pior
Pois dentro de mim
Nas vis tavernas
Os bêbados gritam
E choram em sol maior
Todo o lamento
Que teus olhos suscitam
E teu coração sente
Quando olhas para mim.
Sim, não nego!
De fato sou para você
Tudo aquilo que queres ver
Não o que realmente sou
Não sei o porquê?
Não questiono!
Se assim queres crer,
Sou trevas, morte, lama,
Fogo fátuo, dor, drama.
Sou tudo isso pra ti...
Sou aquilo que teu rancor
E teus olhos querem ver!
De frente ao espelho
Tento tanto te entender!
Mas não vejo o algoz
Que tanto te assombra
Nem o diabo que canta
Tuas tristes procelas!
Sei que não sou flor
Nem a tua primavera
Nem o astro luminoso
De tuas insanas quimeras,
Oh, Deus! Quem me dera
Ser apenas eu mesmo!