Desmitificação
© Sarah D.A. Lynch
"Se não houver frutos, valeu a beleza das flores;
se não houver flores, valeu a sombra das folhas;
se não houver folhas, valeu a intenção da semente."
Henfil
O que fizeste de mim, que não mais existo
E a voz que de mim saía, criando beleza
Se exauriu? Onde estão minhas asas
Voando no espaço com destreza
Desafiando o vento...
O que fizeste de mim, que não mais sinto
Meu ser parado na imensidão de cores
Sem crescer? Onde deitei minha paleta
Inerte, enquanto me perco em dores
Sem entender porquê...
O que me restou de todo o riso e toda ânsia
Nesta minha página árida, seca, devastada
Depois de ti? Não houve colheita alguma
Porque não houve semente plantada
Na terra que sou eu.
O que me restou de todo o amor e devaneio
Do explodir de cores, amores, risos e versos
Que havia sido eu? No som duro de tua voz
Perderam-se, restos inúteis dispersos
No vendaval que foste.
O que me sobrou depois de ti foi o frio
Idéias soltas, teu mito inconsequente
Mãos tenteantes, estendidas ao vazio...
© Sarah D.A. Lynch
"Se não houver frutos, valeu a beleza das flores;
se não houver flores, valeu a sombra das folhas;
se não houver folhas, valeu a intenção da semente."
Henfil
O que fizeste de mim, que não mais existo
E a voz que de mim saía, criando beleza
Se exauriu? Onde estão minhas asas
Voando no espaço com destreza
Desafiando o vento...
O que fizeste de mim, que não mais sinto
Meu ser parado na imensidão de cores
Sem crescer? Onde deitei minha paleta
Inerte, enquanto me perco em dores
Sem entender porquê...
O que me restou de todo o riso e toda ânsia
Nesta minha página árida, seca, devastada
Depois de ti? Não houve colheita alguma
Porque não houve semente plantada
Na terra que sou eu.
O que me restou de todo o amor e devaneio
Do explodir de cores, amores, risos e versos
Que havia sido eu? No som duro de tua voz
Perderam-se, restos inúteis dispersos
No vendaval que foste.
O que me sobrou depois de ti foi o frio
Idéias soltas, teu mito inconsequente
Mãos tenteantes, estendidas ao vazio...