A Queda
Caminhava de forma despreocupada,
Como naqueles dias sem motivação,
Um leve mover-se de passadas,
Dando ritmo a uma movimentação.
Tropecei em uma pedra na calçada,
Dois passos rápidos e quando me dei conta,
Estava depois de tomar aquela topada,
caindo
A dor no dedão fez-me pensar: - Xingar não adianta!
Mesmo assim, fiquei louco de raiva,
Acidentes acontecem todos os dias,
Mas eu precisava dar aquela repicada,
Numa abrupta, repentina.
queda
Sabia que o chão iria se aproximar,
Sorrateiramente dominaria meu corpo,
Contudo iria no solo estatelar,
Tentei me agarrar ao ar, parecia um louco.
As pessoas me viam ,
caindo
Mas não era possível ser amparado,
Ainda no susto soltei um grito,
Nada disso me fez não arrebentar no espaço.
O parece um instante prolongado,
cair
Pude perceber um papel voando,
Estava em câmera lenta, quase congelado,
E um cachorro ganiu de espanto.
Minha expressão de ,
queda
Essa deve ter sido rídicula,
Aquela contração da boca,
O choque me fez morder a língua.
Foi um tropeço dos diabos,
Quase arranco a porra do dedo,
Num instante fui lançado pra ,
baixo
O chão duro me acolheu sem medo.
O som do peso, o atrito da matéria,
Um velho até se a para ajudar,
baixou
Pra mim era tudo uma cretina pilhéria,
Tive vergonha e até demorei a levantar.
Restabelecido e ignorado pela maioria,
Seguro a dor, limpo a roupa amarrotada,
Vou andando de cabeça erguida, encaro a rotina,
Aguardando a próxima que irá me arrebatar.
queda