Poema – Blasfêmias & Maldições
Poema – Blasfêmias & Maldições
‘’ Não deveríamos todos
Tornarmos cristãos?
Curvarmo-nos diante dos pés sujos
Do filho bastardo de Nazaré!
Abdicarmos de nossas liberdades individuais
Até que o nazareno desça dos céus
Em cavalos brancos e alados
Para só assim aplicarmos a nossa vingança
Sobre o filho de Deus
E queimá-lo em fogueiras sacras
Tal como fizeram com as nossas bruxas’’
Não temam aquilo que é sagrado
Pois tudo que é sagrado
É cercado por homens corruptos e um banho de sangue
Os cordeiros reúnem-se em Igrejas
Cantam e dançam suas canções imundas
Mas quantos deles se importam?
Com o filho de Deus pedindo esmola
Em frente as suas igrejas
Os cordeiros gritam e matam em nome do amor cristão
Mas quantos deles conseguem ver o amor
Nos lábios de dois rapazes apaixonados?
Quantas guerras não foram travadas
Em nome do Deus cristão?
Enquanto este sentava em seu trono de mentiras
Com a sua coroa de espinhos
Rogando bênçãos sobre catedrais fundadas com sangue e ódio
Quantos homens não foram mortos
Por espalharem blasfêmias?
Mas quantos não foram nomeados Santos ou Deuses
Por matarem inocentes que não se curvaram
Diante das suas bíblias;
Os cordeiros gritam
Que as Mulheres Trans
Não são de fato mulheres
Enquanto agridem as suas esposas
E falham miseravelmente em seus papéis como ‘’Homens’’
Não temam a volta de Cristo
Pois um Deus morto
Nunca mais andará pela terra
Não é irônico?
Que as blasfêmias de um Poema
Ofenda mais do que o estupro deliberado de crianças
Em igrejas católicas?
Como podem adorar o ‘Deus do amor’
Se não enxergam o amor nos olhos de uma criança
Adotada por um casal de mulheres
Os seguidores de Cristo
Temem tanto a luz da estrela da manhã
Que no fundo dos seus corações impuros
Temem que o seu Deus fraco e covarde
Não retorne para salvá-los
Dos cascos de Baphomet
Quando este incendiar as suas igrejas;
Algum dia as bruxas retornarão para o seu último Sabbath
Clamando o seu lugar na terra
Incendiando aqueles que algum dia queimaram seus corpos
A liberdade de cada indivíduo deste planeta
Nascerá das cinzas do último Deus
- Gerson De Rodrigues