Rendição
Podes tu meio que escolher
Amar, viver, odiar, morrer
Podes tu meio que fazer
Ou não fazer, com ou sem querer?
Puderas tu assim fazer
E os limites transcender
Da natureza e do viver
Uma metade se fazer?
Uma centelha a se fazer
se converteu em ser você
Como um inteiro indiviso
Divina luz a ser tecida
Resultou neste teu ser
Houve um ser como você
Que sentiu tudo o que sentes
Que sofreu mais do que pensas
Muito mais do que mensuras
Tudo pela sã justiça
E de forma assim tão digna
Ele veio a se entregar
Para que levasse consigo então
Toda tristeza e desolação
Todas criaturas e coisas afins
Toda altura e profundezas sim
Para que nunca sejamos enfim
Separados de sua graça e amor
Porque então não se viver, e perecer em assolação
Permanecer na ilusão de se sentir aberração
Que proveito pode, pois, isso a ti conferir
Permanecer em lamentos sobre a angústia de existir
Quando não se sabe de onde veio nem para onde ir
Quando se vive uma mentira, fugindo da solução
Rendemo-nos, pois à verdade derradeira
Que a nós se revela também como primeira
A Sabedoria que testemunha de nossa herança original
O Criador dos céus e terra. Nosso Pai Celestial.