Rendição

Podes tu meio que escolher

Amar, viver, odiar, morrer

Podes tu meio que fazer

Ou não fazer, com ou sem querer?

Puderas tu assim fazer

E os limites transcender

Da natureza e do viver

Uma metade se fazer?

Uma centelha a se fazer

se converteu em ser você

Como um inteiro indiviso

Divina luz a ser tecida

Resultou neste teu ser

Houve um ser como você

Que sentiu tudo o que sentes

Que sofreu mais do que pensas

Muito mais do que mensuras

Tudo pela sã justiça

E de forma assim tão digna

Ele veio a se entregar

Para que levasse consigo então

Toda tristeza e desolação

Todas criaturas e coisas afins

Toda altura e profundezas sim

Para que nunca sejamos enfim

Separados de sua graça e amor

Porque então não se viver, e perecer em assolação

Permanecer na ilusão de se sentir aberração

Que proveito pode, pois, isso a ti conferir

Permanecer em lamentos sobre a angústia de existir

Quando não se sabe de onde veio nem para onde ir

Quando se vive uma mentira, fugindo da solução

Rendemo-nos, pois à verdade derradeira

Que a nós se revela também como primeira

A Sabedoria que testemunha de nossa herança original

O Criador dos céus e terra. Nosso Pai Celestial.

O Bardo Cristão
Enviado por O Bardo Cristão em 31/10/2019
Código do texto: T6783973
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