REDENÇÃO

Um cinza sombrio reveste a tarde.

Os ventos sopram nos cântaros

Disseminando o sândalo das flores viçosas

Visualizo assim, em penumbras tristes,

O holocausto de Cristo em seu último suspiro.

Deixo minha alma flutuar no infinito

Procurando guarida nas asas de anjos benditos.

Quero retirar do meu íntimo as névoas difusas

E refletir, ouvindo a voz da alma em ritos

Sobre os sentimentos mais crísticos.

Quisera transformar nesse dia

Todas as tragédias na mais pura poesia

E as negras noites de angústia

Em sobejante emoção e alegria.

Que o amor possa refletir no mundo

A sensação da eternidade e sublime amparo

E que Deus tenha compaixão

Dos nossos gestos frágeis e de desamparo.

Antenor Rosalino
Enviado por Antenor Rosalino em 18/04/2019
Código do texto: T6626755
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