REDENÇÃO
Um cinza sombrio reveste a tarde.
Os ventos sopram nos cântaros
Disseminando o sândalo das flores viçosas
Visualizo assim, em penumbras tristes,
O holocausto de Cristo em seu último suspiro.
Deixo minha alma flutuar no infinito
Procurando guarida nas asas de anjos benditos.
Quero retirar do meu íntimo as névoas difusas
E refletir, ouvindo a voz da alma em ritos
Sobre os sentimentos mais crísticos.
Quisera transformar nesse dia
Todas as tragédias na mais pura poesia
E as negras noites de angústia
Em sobejante emoção e alegria.
Que o amor possa refletir no mundo
A sensação da eternidade e sublime amparo
E que Deus tenha compaixão
Dos nossos gestos frágeis e de desamparo.