Maria de Magdala
Na vida nenhum revés, muitos homens a meus pés.
Bonita, rica e adulada... mas a vaidade envenena.
Fui Maria Madalena, a mulher mais cobiçada.
Quando a sorte ingrata muda, para baixo tudo ajuda.
Diante de falsa moral, debaixo da ignorância,
É muito forte a arrogância, lutando o bem contra o mal.
Certo dia então fui presa. Sofri tamanha aspereza
Sem sedução, nem poder, com minha fé tão pequena.
O povo então me condena. Só Deus pra me defender.
Eu, mulher vilipendiada, fui de adultério acusada,
Em sumário julgamento pelos doutores da lei.
Que sofrimento passei, naquele triste momento.
Judiada, escarnecida, levavam a decaída,
Para a vil lapidação. Senti que chegara ao fim
Que estava fora de mim, inteiro meu coração.
De repente, o povo pára, diante de humildade rara.
Não era um homem qualquer. Pergunta-lhe um julgador:
“Diga-nos Mestre e Senhor, qual destino desta mulher?”
“Pois, pecado de adultério é crime deveras sério.
Fere a lei e os mandamentos. O que sobre ela incide,
Manda a lei que se lapide por seus maus comportamentos.
O suor que de mim vertia foi o pior naquele dia.
Estava às portas da morte. O que Jesus disse então
Afastou a multidão, decidindo a minha sorte.
Afastam-se sem alarme, desistindo de matar-me
Pois Cristo estava ao meu lado. Disse ao povo justiceiro:
“Que atire a pedra primeiro, quem estiver sem pecado!”
Já aliviando minhas dores. “Onde teus acusadores?”
Pergunta-me o Mestre amado e ensina os homens judeus
“Julgador, perante Deus, um dia, será julgado”.
“O povo conteve o veneno, também eu não te condeno
Mas não esqueças jamais, larga a coroa de espinho
Segue agora teu caminho. Vai... e não peques mais!”
Aprendi dura lição... Pus Jesus no coração...
Sofri mais diante da cruz... Dediquei-me à caridade.
Junto à Mãe da Humanidade, levo meu lampião de luz.