Sob os focos das ribaltas.

Chega enfim, o momento que a vida decide que tem que tirar-te do berço, 
Chega o momento de se apartar o homem do menino… a fórceps.
É o momento de se formar as densas alamedas sombrias e os túneis extensos a se revezarem em sucessivas aproximações, ante ainda os teus atônitos e odiosos olhares do desmame…
O coração se apequena e, a agora, ajuizada coragem é invadida pelas indesejáveis variáveis, o outro lado infeliz das possibilidades… e diante disso ameaça a acovardar-se…
Os objetivos, em rápidos lanços, rumam às mais distantes e fluídicas paragens…
Faz-se o inevitável momento do homem recorrer àquele, a pouco, alijado menino, que ledamente com tudo lidava, pois certas paragens exigem pureza.
E evolui o ser para meio homem, meio menino… 
Torna-se o homem puro de coração, em busca dos seus objetivos.
Trilhas bifurcam a demandarem escolhas, juizo temperado com ludismo, os céus são das criancinhas…
Então a longa noite exibe os seus brilhantes orbes noturnos, tal qual as ruas e seus postes acesos, que quase sempre interferiam nos “pique-esconde”, iluminando e revelando os melhores esconderijos… 
Na vastidão do firmamento certamente estão a pulsar, ou melhor, a piscar, os teus programados propósitos. 
Então afigura-se o dilema: sob os teus pés um chão florido e, sobre ti, um céu estrelado.
Caminhas terrenamente entre a rasteira realidade e os etéreos desejos, oníricos anelos… quão necessárias se fazem as asas!
Se pensas que é tudo, engana-te, a noite de lua cheia apenas de ti,  silenciosa, ainda reserva-te, enquanto avanças, o climax da existência, um sui generis e desafiante cenário, qual seja: ou pisas nas encantadoras flores e segues resoluto, ou perdes para os buracos negros, tuas ditosas e cobiçadas estrelas…