QUANTO O TEMPO PÁRA?
Pára mesmo, ou dispara? 




Eu cheguei na paragem do tempo,
onde as horas passam devagar,
quando tudo já não é mais tão importante...

Eu achei que tudo seria melhor,
que cada luta valeria a pena,
que haveria reconhecimento nos finais,
mas agora vejo as pessoas me ostilizando...

Não é um ódio pleno, completo;
é mais o ódios dos ciúmes e das invejas;
e porque eu tenho tanta consciência disso,
que de repente eu percebo que preferem que eu não seja,
porque minha capacidade de crescer os incomoda...

E é tão real esse meu entendimento,
tão claro e concreto, na minha visão de ser,
que os vejo querendo que eu me cale, não fale,
ou será que eu não sou nada mesmo, e que
continuar sendo não tem mais nada a ver?

Porque de repente eu percebo que gostariam
que eu deixasse de ser, que eu deixasse de dizer,
que eu os incomodo com meu modo urgente,
que me impele a dizer minhas verdades, que parece
doer em seus ouvidos surdos, que se cegam, pra não ouvir..

Crise existêncial que acontece à minha volta,
em minha vida, em mim, em minha maneira
de enxergar o mundo e as pessoas, então
tudo fica tão cansativo, que preciso orar e dormir;
dormir muito, pra descansar minha alma e mente,
desse todo existir cansativo que transita à minha volta...

A plenitude do que sou está aqui em mim;
não tenho nada pendente, que possa
me afrontar tanto assim; mas afastar-me
dos entendimentos tortos, divergentes do que ideio,
se torna urgente, então me fecho na minha alcova,
e faço da minha casa a minha fortaleza,
e da minha cama o meu refúgio de descanso eterno...


Verdades ou loucuras da minha mente dormente,
que se ressente do que foi, do que é, e não encontra
ninguém a querer realmente entender o que se passa,
porque todos estão, como eu, egoistamente concentrados
em suas dores, suas existência, seus problemas,
e meus sentimentos já não significam nada que queiram,
nada que desejem saber, resolver, entender, ajudar...


Estou só! Mas a poesia é meu lugar de desabafo,
então venho e derramo meus sentimentos doentes,
pra que eles saiam de mim, batam assas, se semeiem
e voltem, em frutos de entendimento, pra eu saber
o que está acontecendo, e na tradução disso, possa
concluir e me dar o diagnóstico, que inclusive já sei...






 
Maria Tereza Bodemer
Enviado por Maria Tereza Bodemer em 06/07/2020
Reeditado em 06/07/2020
Código do texto: T6997898
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