CARRINHO DE MÃO

CARRINHO DE MÃO

AUTOR: Paulo Roberto Giesteira

A vender limões, laranjas...

Pelas ruas e estradas a beira das calçadas eu vou;

Alfaces, couves e chicórias, a quem perdeu ou aquém achou;

Quentos, espinafres, agriões, brócolis ou selga...

Arroz, guando, mangalô e feijão chutando a um gol...

Má... mizi... mizôô...

Má... mizi... mizôô...

Empurrado as ruas sempre estou.

Carregando botijões de gás, correndo a frente de quem estivar atrás;

A me conduzir ou me levar pesos a muito mais;

à me conduzir e me levar ao ritmo cadenciado de um jazz;

Solventes heterogênico a alguns produtos como aguarrás.

Pelos serviços que fazem muitos ir trabalhar,

Dos trocados que a ganha gasta numa dose em um bar,

Dos lixos chorumes que contaminam o ar,

Escadas com os seus degraus cada um sobre o seu andar.

Levo sacolas e crianças nas escolas,

Lances de acertar os alvos com algumas argolas,

Peladas nos campos de várzeas de futebol a chutar uma bola,

Do colar algo através de uma aderente cola.

Levo bananas baratas a quem quiser comprar,

Levo eletrodomésticos a quem quiser a transportar,

A venda nas lojas no valor rentável a lucrar,

Ou em um ferro velho com as peças de se aproveitar.

Um veículo da mão e contramão,

Sou o serviçal carrinho de mão,

Com uma roda dianteira sou a direção,

Por quilo, grama, tonelada ou grão.

Andando por ruas e estradas as vezes estou...

Atalhos, caminhos e calçadas eu vou...

Verduras, cereais, frutas e legumes eu sou...

Por entre os balcões das ofertas no estouros a pooll...

Má... mizi... mizôô...

Má... mizi... mizôô...

Paulo Roberto Giesteira
Enviado por Paulo Roberto Giesteira em 18/09/2018
Código do texto: T6452334
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