VAI FICAR!!!
Há ela,
sempre ela,
mesmo em meio às estagnações do eu.
Claustrofóbico,
pasmo e mórbido.
Ela,
sempre cá dentro
Vociferando imprecações metafisicas abismais,
ou mesmo as folhas caindo, lúgubres nos quintais,
apilhando esperanças fúteis,
inúteis
sonhos de dias improváveis,
de amores nada confiáveis,
de carícias absurdas,
cegas,
surdas.
Mudas...!!
Ternuras improváveis, quando ainda não impossíveis.
Mas cá está,
nas ruas sombrias,
nas vielas mesquinhas,
na boca da puta,
no riso da criança,
nas andanças ou no estagnar.
Cá,
sempre cá,
esta senhora sem escrúpulos à cavucar raízes profundas,
oriundas sabe-se lá de que terras de nosso Deus.
Poesia,
esta tatuagem , brincando com as verdades,
cutucando vontades
adormecidas...
Nunca foi convidada à ficar,
mas cá está.
E vai ficar,
porque agora é dependência da alma.
... Agora sou eu que não a alforrio!
Que não grasne nem um pio.
Hoje, sou eu quem não vive sem ela!