VIDA CINZENTA, COLORIDO DO SABER.
Vida cinzenta...
Ombros cansados...
Pernas doídas...
Vida sem janelas!
Em casa, vida incerta,
Suado, desanimado...
Cansado!
Vida sem cor.
No horizonte, prevejo apenas o tempo;
Chuva, sol...
O dia corre lento...
Até que um dia...
Pessoas que eu nem sabia,
Esclarecidos!
Embora... também, cansados,
Vieram à minha morada.
Vida sem cor...
Importaram-se com as minhas janelas...
Falaram de horizontes...
Mostraram-me o arco íris,
Ao abrir minha janela.
O horizonte!
Com indícios de mudança de tempo...
Chuva de saber...
Sol de iluminação,
Mundo da alfabetização!
Já não vi a vida cinzenta,
Olho pela janela...
Já não sou um excluído,
Embora, sujeito sofrido.
Ombros cansados...
Pernas doídas...
Olho pela minha janela...
A vida é bela...
E eu faço parte dela.
Chego cansado...
Cumprimento apressado...
Banho tomado...
Bolsa de lado,
Rumo à estrada...
Sento no banco,
Olho de lado...
Sorriso franco...
Igual ao meu.
À minha frente,
Embora, também, cansado,
O abridor de janelas...
Sorrindo pela conquista...
De ser tijolo e cimento,
Na causa do conhecimento.
Não esperou pelas glórias,
Apenas... simplesmente...
Colheu a vitória,
Ao ver-me, escrevendo a história.
Irani Martins
14/10/2001