REALIZAÇÃO
REALIZAÇÃO 111.998
(A mãe, em pé, ao lado do filho seu)
- Como está hoje, filho meu?
(O menino, murmurando levemente)
- Ai, mamãe querida, estou sentindo fortes dores,
cansaço e, sobretudo, indisposição !
Mamãe, cure-me para que senhora aguente !
- Como, meu adorado, se não temos recursos maiores?
(O menino, chorando do fundo do coração)
- Chame o Rabi, pois gosta tanto de crianças e me curará!
- Onde irei buscá-lo? Ricos homens foram já
em sua procura, mas quão longe Ele se achava!
Não foi encontrado! Em lugar nenhum estava!
- Mas Ele gosta tanto de nós, crianças e nunca vem nos socorrer
nas horas em que mais precisamos?
- Meu filho, isto é uma blasfêmia!
- Blasfêmia, não, mãezinha e, sim, ânsia de brincar, correr
alegremente, ter saúde. A senhora bem que poderia
chamá-lo! Mamãe, vamos!
(A mãe, em se entristecendo somente)
- Como deixá-lo só se a Estrada da Galiléia é longa e curta
é a piedade? Ninguém me apontaria
o caminho de sua moradia e eu seria
desprezada até pelos cães da noite boêmia ....
(O menino, angustiado e preso na tristeza, que o furta)
- Eu queria ver tanto o bom Jesus!
(Perto da porta resplandece um clarão de luz,
e uma voz meiga, suave, vinda de lá)
- Meu filho, eis me cá!
(O menino, em se levantando alegremente)
- Mamãe, Ele veio!
Em Sorocaba, aos quatorze dias do mês de junho de 2015.