Laços e Lábios

Lábios, sedosos.

Macios, lábios.

Semi curvos. Retos. Sem geometria;

Separam-se num sorriso.

Inquietos. Liberam afetos.

Aqueles lábios tenros,

Completam o rosto singelo.

Nutrem a esperança de outros,

Sem os vícios da maldade,

Levando-os, ao flagelo.

Lábios úmidos.

Belos. Chamativos. Naturais.

São os que os meus procuram,

Para hidratá-los com a mais pura seiva,

Livrando-os, da secura.

Lábios que deixaram os rastros,

Tácitos, falam por si só,

e de palavras, não necessitam.

Entretanto, o perfume e o cheiro característico,

do prazer, do amor, do sexo, incitam.

Lábios ternos,

São os mesmos lábios,

Que retrocede os tempos:

de mulher à moça, de moça à menina,

Com laços eternos,

Mantém a meiguice

e a sensualidade feminina.

Lábios! Lábios! Lábios!

Lábios que principiam o amor,

cultivado pelos poetas e sábios,

eximindo-os mesmo que momentaneamente,

da decepção, da perda e da dor.

Lábios...duas redundantes metades.

Divididos à dois, multiplicam-se em quatro simétricos,

Lábios.

Unem duas bocas,

Num frenético e extasiante beijo.

Ensejo. Arrepio. Desejo.

Os beijos são as telas;

Os lábios são os pinceis que suavemente pincelam as telas,

E a fusão de dois lábios e beijos profusos;

Laços de línguas desordenadas e obscenas,

principiam as obras de arte dos inspirados pintores e escultores.

Mutável Gambiarreiro
Enviado por Mutável Gambiarreiro em 22/03/2015
Reeditado em 25/03/2015
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