Laços e Lábios
Lábios, sedosos.
Macios, lábios.
Semi curvos. Retos. Sem geometria;
Separam-se num sorriso.
Inquietos. Liberam afetos.
Aqueles lábios tenros,
Completam o rosto singelo.
Nutrem a esperança de outros,
Sem os vícios da maldade,
Levando-os, ao flagelo.
Lábios úmidos.
Belos. Chamativos. Naturais.
São os que os meus procuram,
Para hidratá-los com a mais pura seiva,
Livrando-os, da secura.
Lábios que deixaram os rastros,
Tácitos, falam por si só,
e de palavras, não necessitam.
Entretanto, o perfume e o cheiro característico,
do prazer, do amor, do sexo, incitam.
Lábios ternos,
São os mesmos lábios,
Que retrocede os tempos:
de mulher à moça, de moça à menina,
Com laços eternos,
Mantém a meiguice
e a sensualidade feminina.
Lábios! Lábios! Lábios!
Lábios que principiam o amor,
cultivado pelos poetas e sábios,
eximindo-os mesmo que momentaneamente,
da decepção, da perda e da dor.
Lábios...duas redundantes metades.
Divididos à dois, multiplicam-se em quatro simétricos,
Lábios.
Unem duas bocas,
Num frenético e extasiante beijo.
Ensejo. Arrepio. Desejo.
Os beijos são as telas;
Os lábios são os pinceis que suavemente pincelam as telas,
E a fusão de dois lábios e beijos profusos;
Laços de línguas desordenadas e obscenas,
principiam as obras de arte dos inspirados pintores e escultores.