SAUDADES DO REI
(Samuel da Mata)
O rei foi tirano, cruel, vil, profano e de fúria sem par
Vivia em luxúria, em ouro e fartura, a seus súditos explorar
Ao que disse: culpado, teve o pescoço cortado ou morreu em grilhões
No calor do seu ego e em seu reger duro e cego, dilacerou multidões
E o povo sofrido, entre clamor e gemidos, se ouvia dizer:
Oh! rei avarento, asqueroso e nojento, você tem que morrer!
O rei foi enforcado, seus filhos exilados, para nunca mais retornar
E o povo em euforia, gritava: viva a democracia, vamos nós governar!
Será nossa premissa: igualdade e justiça, seremos todos iguais.
Mas uma tal burguesia, na surdina surgia, mais cruel e sagaz
Capa de igualdade, de justiça e equidade, se passou por irmão
Porém, já faz tanto tempo, só há fome e tormento - grande traição!
Massacrou a pobreza, subtraiu as riquezas, sem as unhas mostrar
E o povo sofrido, faminto e vencido, não sabe mais quem xingar
E quando indagados, sobre quem é culpado, todos dizem: não sei.
Mas são todos unânimes: a um viver tão infame, preferiam o rei .
Não por menor agonia ou por qualquer nostalgia que se queira manter.
É que naqueles dias, o povo ao menos sabia quem deveria morrer.
(Samuel da Mata)
O rei foi tirano, cruel, vil, profano e de fúria sem par
Vivia em luxúria, em ouro e fartura, a seus súditos explorar
Ao que disse: culpado, teve o pescoço cortado ou morreu em grilhões
No calor do seu ego e em seu reger duro e cego, dilacerou multidões
E o povo sofrido, entre clamor e gemidos, se ouvia dizer:
Oh! rei avarento, asqueroso e nojento, você tem que morrer!
O rei foi enforcado, seus filhos exilados, para nunca mais retornar
E o povo em euforia, gritava: viva a democracia, vamos nós governar!
Será nossa premissa: igualdade e justiça, seremos todos iguais.
Mas uma tal burguesia, na surdina surgia, mais cruel e sagaz
Capa de igualdade, de justiça e equidade, se passou por irmão
Porém, já faz tanto tempo, só há fome e tormento - grande traição!
Massacrou a pobreza, subtraiu as riquezas, sem as unhas mostrar
E o povo sofrido, faminto e vencido, não sabe mais quem xingar
E quando indagados, sobre quem é culpado, todos dizem: não sei.
Mas são todos unânimes: a um viver tão infame, preferiam o rei .
Não por menor agonia ou por qualquer nostalgia que se queira manter.
É que naqueles dias, o povo ao menos sabia quem deveria morrer.