FOTO DE FEITOSA DOS SANTOS - BAIA DA GUANABARA
 
Quando o declinar da ceiva vital,
Estabilize na vontade ao descanso;
Atônito ficará o cérebro a espreita,
De qualquer agito vindo do corpo,
Este, porém, tal qual um remanso;
Não se mexe não se bole; aceita,
O que o tempo o oferece; descanso.
Mas no giro do tempo que não para,
Sobressaltos aos corpos estáticos,
De olhos fincados na linha do tempo,
Esperam calmamente a penumbra,
A sombra que se avizinha do dia,
O manto negro da escabrosa morte.
A vida que leva a alma, além do sopro,
O sopro que leva o corpo, além da vala.
Planta-se assim a sapiência que morre,
Quem tem ouvido, ouça ou desembeste,
Não escapará mesmo aquele que corre,
A ceiva vital aos pouco da veia escorre.
 
                 Rio, 03/03/2012
               Feitosa dos Santos