Consolo e Convencimento
Não é de hoje que os fios de cabelos brancos começaram a surgir na minha cabeça.
Mais do que um simples denunciar da idade madura,
eles anunciaram ao mundo a transformação definitiva do meu próprio ser.
A partir de então,
não poderia mais me dar ao luxo dos sobressaltos,
da expectativa de ilusões efêmeras,
do imediatismo de emoções transitórias
pois, logo adiante, na primeira dobrada de esquina,
só me iriam causar transtornos e sofrimentos.
Sei, no entanto,
armado com a razão da própria razão
e com a experiência da própria experiência
que, com o ser humano, as coisas quase nunca são assim.
Queremos, sempre a a todo o custo,
experimentar as sensações novas,
o prazer juvenil da renovação
e o sentir da brisa dos ventos do amor
a nos ventilar o coração a qualquer momento.
Por mais sensatos que tentemos ser.
E por mais cicatrizes
ou chagas abertas
que estejam em nós,
ainda gritando:
Não faça!
Aí, me ocorre uma frase apócrifa
que anda aí pelos sites de cultura inútil,
e me consolo com ela.
Não! A palavra não é consolo.
A palavra é convencer.
Me convenço totalmente com ela:
“Preocupe-se mais com a sua consciência do que com sua reputação.
Porque sua consciência é o que você é,
e a sua reputação é o que os outros pensam de você.
E o que os outros pensam, é problema deles”.