Tudo, a não ser a mim mesmo!
Não vou estagnar minha vida
nem condenar meus atos
Fiz o que fiz
porque nem eu
nem ninguém deste mundo
é competente para julgar.
A quem prejudiquei
a não ser a mim mesmo?
E assim dizendo,
será que realmente me prejudiquei?
Será que não fiz o que
o coração, naquele momento,
naquela hora, naquele instante,
senhor do tempo e das horas,
mandava?
Quem sabe, por dias ou meses,
resolvi ser senhor de mim mesmo,
sem me importar com o resto?
Quem sabe me desatrelei das convenções,
dos preconceitos, de tudo o mais e tomei,
ainda que por ínfimo período,
as rédeas da minha vida?
Quem, dentre os humanos comuns,
pode fazer isso até hoje
a não ser por breves períodos
como eu me atrevi a fazer?
O que importa é que respirei,
embora entrecortada por crises de
consciência,
a liberdade que há muito não tinha.
Sou o mesmo,
continuo o de antes,
só que interiormente mais rico,
mais maduro,
mais gente,
mais seguro.
Misturar saudade com realidade,
creiam, é uma ótima receita,
de equilíbrio e de paz interior.