CIDADE PERDIDA

Cidades nascem como cogumelos,

no entardecer de mais um dia,

em que as sombras se propagam

nas janelas, por entre cortinados

ainda fechados. E um cinzento

pardacento, escorre nas paredes,

sua ténue luz, que se vai instalar,

nos degraus das esquinas precisas.

Junto ao aglomerado dos prédios,

um rio corre tranquilamente,

deixando atrás de si, um extenso

lago, que se mostra assaz poluído.

Sente-se, das crianças, a sua falta,

e bancos de jardins não existem,

com seus idosos, relembrando a

primavera, de seus tempos áureos.

Nesta cidade, invadida por montes

e rochas, parca é a luz, que a

reveste, roubada pelo cimento

e pelas torres, em tudo gigantes.

E ao longe, como que por acaso, uma

menina fixa seu olhar, na paisagem

urbana, tentando descobrir a

beleza, que se esconde, nos cinzentos.

Jorge Humberto

18/09/11

Jorge Humberto
Enviado por Jorge Humberto em 18/09/2011
Código do texto: T3226697
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