SEU MOÇO, VÔ VIRÁ RITIRANTE...
As nuve já si forum imbora,
U vento já num sopra mai,
Seu moço, vô virá ritirante,
Já chegó u meis di mai,
Como essa seca vigora,
A chuva cisca mai num sai.
A caçimda, nem água têm,
A caatinga já qui secó,
Seu moço, vô virá ritirante,
Fugiro inté os socó,
Já sei qui chuva num vêm,
Já secó inté os cipó.
Cada dia é uma caristia,
Num sobra nem um animá,
Seu moço, vô virá ritirante,
Num tem u qui mai prantá,
Nessi sertão di agunia,
Num sei u qui mai dá.
Meu Deus du cê mi ajude,
U qui será di nós agora,
Seu moço, vô virá ritirante,
U matulão já tá inté lá fora,
Cuma tá seco u meu açude,
Farta água inté prá quem chora.
Num diantô reza i novena,
O coroné já mi mandó imbora,
Seu moço, vô virá ritirante,
Joguei fora minha ispora,
I us arréios qui dá pena,
Vai ficá pindurado lá fora.
Us oíos meu inté qui chora,
Nessa seca qui nunca termina,
Seu moço, vô virá ritirante,
Pegá a istrada é minha sina,
Num quero, mai vô mebora,
Nesse pesar qui mi domina.
Vô dexá u meu sertão prá traz,
Meu coração tá qui implora,
Seu moço, vô virá ritirante,
Inté qui eu num quiria í agora,
Mai já vendi as terra pro coroné,
Ele já tá qui mi ignora.
U pau-de-arara tá inté nu terrero,
Insperando minha dicisão,
Seu moço, vô virá ritirante,
Num tem jeito mai não,
As terra agora é du coroné,
Como corta u meu coração.
Sei qui vô levá u Pajeú nu peito,
Essas terra di minha paixão,
Seu moço, vô virá ritirante,
Cum tanto calo na mão,
Mai num vô perdé minha crença,
I inda vô vortá pro meu sertão.
Seu moço, vô virá ritirante...
As nuve já si forum imbora,
U vento já num sopra mai,
Seu moço, vô virá ritirante,
Já chegó u meis di mai,
Como essa seca vigora,
A chuva cisca mai num sai.
A caçimda, nem água têm,
A caatinga já qui secó,
Seu moço, vô virá ritirante,
Fugiro inté os socó,
Já sei qui chuva num vêm,
Já secó inté os cipó.
Cada dia é uma caristia,
Num sobra nem um animá,
Seu moço, vô virá ritirante,
Num tem u qui mai prantá,
Nessi sertão di agunia,
Num sei u qui mai dá.
Meu Deus du cê mi ajude,
U qui será di nós agora,
Seu moço, vô virá ritirante,
U matulão já tá inté lá fora,
Cuma tá seco u meu açude,
Farta água inté prá quem chora.
Num diantô reza i novena,
O coroné já mi mandó imbora,
Seu moço, vô virá ritirante,
Joguei fora minha ispora,
I us arréios qui dá pena,
Vai ficá pindurado lá fora.
Us oíos meu inté qui chora,
Nessa seca qui nunca termina,
Seu moço, vô virá ritirante,
Pegá a istrada é minha sina,
Num quero, mai vô mebora,
Nesse pesar qui mi domina.
Vô dexá u meu sertão prá traz,
Meu coração tá qui implora,
Seu moço, vô virá ritirante,
Inté qui eu num quiria í agora,
Mai já vendi as terra pro coroné,
Ele já tá qui mi ignora.
U pau-de-arara tá inté nu terrero,
Insperando minha dicisão,
Seu moço, vô virá ritirante,
Num tem jeito mai não,
As terra agora é du coroné,
Como corta u meu coração.
Sei qui vô levá u Pajeú nu peito,
Essas terra di minha paixão,
Seu moço, vô virá ritirante,
Cum tanto calo na mão,
Mai num vô perdé minha crença,
I inda vô vortá pro meu sertão.
Seu moço, vô virá ritirante...