BRASEIRO

O sertanejo quando ouve o ronco do trovão

Sobe na ponta dos tocos com a maior satisfação

Sem munição na barriga

Se atraca com as formigas

E se alembra da precisão

Perante o campo falho e ardeloso

Estéril, à servidão do sol impiedoso

O homem sabe esperar

Resiste em lutar

Por mais que seja corajoso

Ao semibreve e agudo som da cigarra

Ecoando a vasta costaneira

O homem não se curva

E até que chegue a chuva

Vence a fome traiçoeira

Marcos Silva Carnaubano
Enviado por Marcos Silva Carnaubano em 11/07/2012
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