BRASEIRO
O sertanejo quando ouve o ronco do trovão
Sobe na ponta dos tocos com a maior satisfação
Sem munição na barriga
Se atraca com as formigas
E se alembra da precisão
Perante o campo falho e ardeloso
Estéril, à servidão do sol impiedoso
O homem sabe esperar
Resiste em lutar
Por mais que seja corajoso
Ao semibreve e agudo som da cigarra
Ecoando a vasta costaneira
O homem não se curva
E até que chegue a chuva
Vence a fome traiçoeira