Meu Estigma

Sem querer plagiar Cora Coralina,

vive dentro de mim a menina,

chamada simplesmente “Ditinha”.

Elizabeth era filha dos patrões

- nome de rainha - que eu nem sabia.

Dulcinéia, o nome de outra;

Silvia Helena, que prazer!

Não sei em que livro está escrito

que Dita e Dito eram nome de pobre.

Minha vizinha se chamava Benedita,

que meus pais – de pouca letra –

a chamavam de “Sá Bindita”;

ela era miseravelmente pobre.

A menina naturalmente

Fugiu dos meus olhos;

A alcunha, da minha assinatura.

Mas, “Ditinha” como estigma,

ainda vive impregnada em mim.

Maria Barreto
Enviado por Maria Barreto em 07/04/2011
Reeditado em 21/07/2011
Código do texto: T2894689