Hoje logo ao acordar, nas primeiras horas da manha, nos primeiros raios do amanhecer, sem preocupações, cabelo desajeitado, olhos de sono, descalça, saí nesse lindo jardim, meu refúgio... alíviada com a partido do frio e caminhei devagar extasiada até o banco de madeira, café na mão...
Ah!... esse suave cheiro de primavera intoxicando o meu corpo e minha alma... a leve brisa acariciando meu rosto na mais doce carícia e os passáros cantando felizes sua tocante melodia me fazendo estremecer e mais um vez nessa imensidão de sentimentos e pensamentos, me enamorei...
Os olhos fechados sob tal encanto da vida que hoje me faz florescer... este paraíso de ser abalando-me no mais profundo da minha essência tão simples, tão singelo mas o verdadeiro soro do meu viver vertendo os seus sentimentos infinitos e profundos neste eterno momento que me faze crer nessa bela ilusão de te ver chegar vagarosamente... teu rosto e olhos repletos de emoções sem fim, ternura e amor libertos... vens até mim, e encostas o teu corpo ao meu... inclino a minha cabeça contra teu peito, teu queixo repousando sob o meu cabelo, teu braços rodeando-me no mais perfeito encaixe como duas metades de um só ser... e aí ficamos no silêncio, por longos minutos em perfeita harmonia, no mais terno sentimento criado da mais singela poesia e na plena confirmação que somos um só neste belo amanhecer...
Somos mais do que dois corpos, mais que duas distâncias, mais que desejo e paixão... somos somente um, no infinito deste amor que nos foi concedido numa madrugada de Outono, numa noite de Primavera...
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Salomé