Balanços...
"A vida é uma viagem, não um destino."
– Ralph Waldo Emerson
E 2024 está a terminar... e que ano foi este! A finalizar o primeiro meio século de vida, tenho para mim que este foi, sem sombra de dúvida, um ano muito especial. Aprendi que as viagens mais importantes e bonitas que fazemos nem sempre são físicas, muitas vezes são interiores, também, e têm a capacidade de nos fazer olhar para o mundo, e para nós, com outros olhos.
Foi um ano muito especial. Parti à descoberta de outras geografias físicas e interiores. Nessa senda, encontrei novos lugares, é certo, mas também outras dimensões de mim que desconhecia. As viagens em solitude são mesmo assim: levam-nos para lugares novos, alguns deles que não imaginávamos existir. No caminho, trazem-nos a serenidade necessária para vermos o que a espuma dos dias não nos permitia. Começamos então a pôr tudo em perspetiva, a compreender o que realmente importa e, sobretudo, o que nunca importou. Fazemos as pazes com o mundo e, mais importante, selamos a paz connosco. Quando regressamos, não somos os mesmos que partiram.
Divagações à parte, viajar em solitude proporcionou-me a possibilidade de redescoberta, permitindo-me apreciar a quietude e refletir sobre o que realmente tem valor. Cada lugar que conheci ensinou-me a valorizar o presente e a ouvir a minha própria voz interior, que tantas vezes silenciei em prejuízo próprio, pese embora não o admitisse para comigo.
Conheci novas pessoas, fiz novos amigos e deixei partir outros... e reencontrei amigos que há muito julgava perdidos nas brumas do tempo e que foram tão importantes na minha vida, noutro tempo, noutra vida. Os momentos que deles resultaram foram de pura alegria, repletos de risos e lembranças, com a promessa de que, doravante, não nos voltaremos a perder de vista.
Os novos amigos que chegaram trouxeram-me diferentes perspectivas de vida e mostraram-me que o verdadeiro valor das relações está na capacidade de nos aceitarmos uns aos outros como somos, na nossa exata medida.
Com 2025 a aproximar-se, levo comigo as lições aprendidas neste caminho que comecei a trilhar no último trimestre de 2023, e a vontade de continuar a crescer, sobretudo, interiormente. Que em 2025 possamos todos abrir-nos mais uns aos outros, com bondade, acolhendo o que o novo ano nos trará.
Adeus 2024... e até já 2025!
Texto originalmente escrito e publicado no Blog "Diário de bordo: Notas e apontamentos de um universo pessoal e transmissível", pelo meu estimado amigo e espécie de verso do lado inverso da minha personalidade, Miguel da Cunha, disponível em: https://diariodbordo49.blogspot.com/2024/12/balancos.html.