escrevi isso antes de deixar de ser amor (tudo ocorreu terrivelmente errado e agora me questiono sobre entrega)
Sentia em mim uma necessidade de certezas de maneira visceral e imediatista; como se ela pudesse ser a terra sob meus pés, as raizes que me fincariam num solo seguro e fértil.
Eu queria fertilidade para as minhas emoções, poder vê-las germinando e compondo a (minha) natureza.
Ansiava por algo que veio tão naturalmente quanto o passeio que faço agora por essas palavras. Tenho um certo tipo de voracidade, de absoluto, que não está somente enraizado e germinado, mas ramificado e existindo em locais antes não explorados.
Você é para mim uma certeza, ainda que num mundo fadado ao imprevisível, a falta de controle, as limitações e impossibilidades da relação com o outro; você chega como uma reafirmação do que é realizável.
Me prova as limitações da expressão e da linguagem, pois faltam recursos que tornem palpável explicitar o que presencio quando acordo e sinto seu corpo enrolado no meu, ou quando seus olhos segurar o meu olhar e me seguram.
Não há metáfora que consiga captar o quanto sua presença preenche esses espaços inexplorados. A leveza de compartilhar esse tempo com você é certa, finfada e está nos meus pés enquanto caminho suavemente sobre a terra ao seu lado. Foi e é seguro nomear isso como amor.