COMUNISMO DAS VOLÚPIAS
Quero não ter pudor para os sentimentos
Incendiar o seu corpo ávido,
como um pavio usando fósforo com a boca.
Quero o comunismo das volúpias do fogo íntimo,
Desativando tudo que faz do sexo máquina sobre
uma lógica fria e calculista.
Quero a insurreição da rebelião dos desejos
sobre os antagonismos sem meios de expressão,
o direito de ousar tudo perante um enfadonho gozo imediatista.
Quero transar sobre teatros, pinacotecas, exposições e livrarias.
Para não poder mais separar à arte da vida,
e nem ao menos a sensibilidade, da imaginação e da curiosidade viva.