TÔ FORA
 

Uma solução drástica seria não pensar.

 

Apenas respirar e perceber o pasto adiante de seus dentes.

 

Sim, e esquecer prole, passado, futuro.

 

Com cerveja liberada, aliás necessária. Ou qualquer teor alcoólico acima, de preferência com preço abaixo.

 

Com uma boa fantasia, que o carnaval aqui é eterno.

 

Olhos abertos apenas para devorar a Paolla, ou o Cauã.

 

Ter apenas uma carteira qualquer, apenas documento, e não precisa ser de trabalho porque falar de vadiagem por aqui ficou meio non sense.

 

Não ter consigo nada que revele seu endereço, porque lá no fim está escrito Brasil, e cá pra nós, ninguém aguenta mais passar tanta vergonha.

 

Sem levar os óculos para não ter vontade de ler os repetitivos Ancelmos, as Marthas, as colunas desnudas de BBBs que "quase mostram demais".
 
Outra solução seria viajar para o Nepal e entrar em profunda meditação como o monge tibetano mumificado, só acordar daqui há 200 anos, e descobrir no bolso uma fotografia esmaecida da família.


Mas que não mostre de forma alguma o seu lugar de origem.

 

Pode dar saudade do Brasil, você querer voltar pra lá, e descobrir que nada mudou.

 

Pior, voltar em fevereiro e descobrir que o povo inebriado e nu, assim como o Rei, ainda pasta.

 

 

E ri.