Poesias enviadas por Papai Noel
Ca(l)deirada de Poesias
Vem prá cá meus amores,
Aproximem-se mais,
Vem para a sombra,
Tomem um gole,
Resfriem-se para o mergulho n'água,
Porque a temperatura está nas alturas,
Sol nervoso e por demais,
Quente;
E o mesmo que Eu sinto,
Na pele, na folha, ou na flor,
Nas penas,
Também nos bicos,
Todos os Seres vivos sentem,
Sem pena,
Subjetiva dor.
Sentir e amar são verbos,
facilmente conjugáveis,
Porém, difíceis de serem compreendidos;
Com efeito, compreender, entender, sentir e amar,
Nao bastam em conjugações soltas,
Ao contrário,
É preciso amarra-los nos tocos das ações práticas.
Nada é tão livre e espontâneo,
Como o prelúdio,
Anunciado no prenúncio.
Convite:
O orgasmo, o gozo e o prazer, é próprio de cada arte;
Porém, a trepada entre os instrumentos tem que ser com tempo,
Feita com apreço,
Enamorada,
Amorosa,
Demorada,
Mágica,
Pluralizada,
Olhos nos olhos,
Treinada,
Repetida,
Derramada,
Transbordante,
Esmerada.
Se existe o instrumento,
Instrumentista não pode faltar.
E vice-versa.
Um não sobrevive sem o outro.
Com sensibilidade,
Amor,
Empatia e carinho,
Vale até estupro.
Se é para viver,
Co(n)vida feliz:
Venha!
Encontrar a vagareza,
Por qual a vida passa,
Ou deveria passar,
É preciso urgente;
Acelerar os passos,
Correr desenfreadamente,
Como quem acompanha o vento,
Não é preciso;
Cara no muro,
Burros n'água,
Embarcação soçobrada,
Tragédia iminente.
Após a caldeirada,
Apresento-lhe a cadeirada de poesias,
Sente-se e deguste;
A mesa com os talheres,
Envio por Sedex 10,
No natal de 2024.
Ho...ho...ho!
O gavião lançou suas garras,
pegou o pinto
Voou;
Por sua vez,
O veio barbudo adiposo charlatão,
Endividador de adultos,
Com seu saco vazio,
Segurando a calça amarrada com embira,
Correndo das criancinhas,
Sumiu detrás do barraco,
Do beco,
Vazou.
Vai enganar suas presas em outro chaminé,
Seo veio safado;
Chega com ar faceiro,
Com sua onomatopeia característica:
Ho...ho...ho,
Engabelando a meninada com balinhas,
Nhac, nhac,
Preda todos do terreiro.