Eu por mim, Mesmo

Atualmente, só Eu me considero um sujeito solidário, altruísta, fraterno. Exato: apenas Eu me acho bom. Modéstia a parte, chego dizer que sou um excelente ser humano, uma ótima pessoa de bem com a vida. Certo; mas como sou para os demais que me cerca?

Avaliado por mim, Eu sou o máximo, por que quando Eu estiver espichado no caixão, dificilmente alguém falará que Eu fui um cidadão, vizinho, amigo, familiar, ruim, ogro, mau, de péssima índole em vida.

Taí o motivo d'Eu me reconhecer egoísta e viver Eu, por mim e para mim, mesmo. O isolamento foi o melhor ensinamento que a Pandemia me trouxe.

Das boas energias e razões do Cosmo, espero, e humildemente, peço tudo. Do homem de carne, ossos e inteligência, nada; sobretudo, se Eu pedir algo, farão de conta que são surdos. E ainda que Eu fale com Eles através de libras, dirão que são cegos.

Salvo uns poucos - os essenciais, por exemplo, não são homens, mas super-homens heróis - os homens comuns, cada um ao seu modo, é fracasso; pois o "cada um para si e Deus para todos" e a tal expressão "os tempos mudaram", mataram e puseram uma gigante pedra em cima do humanismo coletivo.

Sobrando bla, bla, blá; mimimi e falácias aos montes; ação e fazer em conjunto, só amanhã se não chover e o Sol não azular o céu. Completando: sem um fio de nuvem branca no céu, porque quando escura, cinzenta, é sinal de relâmpago incendiário, seguido de trovão pavoroso.

Difundir o que nao é, faz do mentiroso, contraventor potencial; mas só enquanto a mentira durar. Então, sabendo-se disto, vou cuidar de mim, sendo Eu por mim, sempre. Ya me voy...; hasta lá vista baby, encontro que espero não ser no meu velório; ou no cemitério.

Contudo, antes "Eu ainda quero ver brotar o perdão" e a paz, onde a gente semeou intrigas, caos, mentiras e guerras.

Mudando de violão para sanfona e de pessoa atualizada para anacronismo cafona, o bolachão de petróleo dos Secos e Molhados pede e implora para ser fritado na ponta de uma agulha, que por sua vez, pulando os riscados, como se pula amarelinha, estronda ritmos chiados, acordes, notas, melodias e rebolados nas caixas de som.

Musical, inteiramente quebrado, me toca e Eu canto demais.

Aprume o mastro, ponha a bandeira branca no topo, destitua a guerra, subam os rufares dos tambores,

clamor de Paz!

Passo o bastão para Ele, vai daí, Ney Matogrosso: "jurei mentiras e sigo sozinho...; assim inicia a saga de quem se conhece; valeu!

Morte pela sobrevivência:

P. S.: Em tempos idos, os Gatos caçavam e comiam os Ratos; o tempo passou e no presente, são amigos e dormem enrolados um n'outro, mas no futuro, quando faltar queijo na despensa, o Rato comerá o Gato. Profecia certeira; e o motivo?

Gato come, bebe e suja as águas às expensas da dona Madame ou do Lord; e o infeliz do Rato? Lei de sobrevivência.

Morrer de fome, com o filé desfilando na mesma passarela, é tolice desmedida do(a) modelo. Se no passado valeu para o Gato, por que não vale para o Rato, quando estiver faminto?

E se alguém ou ONG sair em defesa do Gato, devemos esbravejar em apoio ao Rato, afinal, que Direito dos Animais é esse, que defende os felinos e não cita, não menciona nada em favor dos Ratos? Questão de igualdade e Justiça, apenas.

Mutável Gambiarreiro
Enviado por Mutável Gambiarreiro em 23/11/2023
Reeditado em 25/11/2023
Código do texto: T7938342
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