Ei, Professor, ei Prof...
A procrastinação é a arte de adiar o inevitável, enquanto o tempo tece teias de oportunidades desperdiçadas. Não obstante, sonhando com a realidade utópica e deixando o agora para depois, e depois para um dia, talvez quem sabe, quando o procrastinador cai em si, já está preso na teia tecida pelo senhor Tempo e por certo tempo, respirará por aparelhos, para logo em breve ser acometido pelo falência múltipla de órgãos, porque de mente, morreu e não soube quando.
Esse parágrafo Marx não leu, (professor burguês que ensinava o que não aprendeu. No Brasil, fora outros tantos, temos o Haddad; que fala em pobreza sem nunca ter visto uma barata, um rato, um desdentado, o lixão, os esgotos a céu aberto - apenas 60 % das cidades do país possuem tratamento de esgoto - nas inúmeras favelas do país, porém, induziu muitos adeptos, correligionários e capangas à procrastinação utópica. É tão verdade, que atualmente alguns dos induzidos desfrutam do poder e por estarem no poder, alimentam de ideologias e assistências (agrados monetários) os irmãos de crença, fé e ideologia. Para isso, vale até apelar para os ensinamentos e lições de Deus.
Não é preciso mexer e remexer o volume de palha para, fatalmente, encontrar um, ou muitos dormindo e comendo o disposto na tulha, sem nada produzir.
Contudo, a primeira lei da ciência econômica pontua que em um sistema que paga-se até pelo oxigênio respirado, por sinal, de péssima qualidade devido a poluição iminente produzida pelos defensores ambientais, (a maioria não pedala uma bike, máquina usada por Einstein até como meio de transporte) torna a balança descompensada, pois se comem, bebem e sujam as águas sem nada produzir, alguém está produzindo pelo playboy que não se mexe. Não sai do lugar.
Novamente: ensinam o que não aprenderam; ou se aprenderam, o aprendido ficou para Eles.
Professores com esse nível de transparência, conhecimento, presteza e aplicação prática, minha mãe dispensava debaixo do teto dela. "Vai enganar os habitantes de outros barracos, vai servir dois deuses ao mesmo tempo no inferno que lhes é cabível, aqui não."
Incultura, populismo (pior o ideológico) coitadismo e falta de coragem geracional é falência do todo.
Não tenho medo, não me afronta a solitude, na qual dizem conter redemoinhos de pensamentos, imaginações e lugares sombrios e inóspitos; ao contrário, bato de frente, olho no olho com o desconhecido. A saber, a multidão, sim, me assusta. Tenho comigo que por onde o séquito passa, o rastro de desnutrição emerge.
Consegue ouvir; não!? As saracuras chamam, mas um ou outro ouve. Um ou outro segue. Saracuras acasalam, transam, fodem, - se cruzam com o bicho de duas patas, se fodem - para não viverem em bandos.
Bem, não estás ouvindo, entendo. Porém, Eu ouço, fielmente o chamado de um casal. Quando desligo do chamado delas, ligo-me a banda Pau e Corda, projeto setentista do senhor Solitude, Ariano Suassuna. Por falar, em Pau e Corda, para o toco de pau, para a crista de pedra, para o fim do caminho, ouvir a banda, Eu vou. Enquanto papel manteiga embrulhava pães, velhas e rotas canções de rock rural guardavam devaneios.
As saracuras silenciaram. Por instinto, qualquer espécie sabe que é zombando do silêncio que os gritos da algazarra ecoam; e trepada uma encima da outra, estão fazendo bobagens. Bobagens que com o tempo - de 23 à 30 dias - tornam-se públicas.
Eu, como mencionado, prefiro o anonimato contido na Solitude; pois em condições virtuosas dotadas de amor ágape e solidariedade incondicional, quem agrega, não é gregário. E Cristo é o exemplo máximo do lido.
Um Gato, bicho felino sanguinário, acabou de abocanhar um passarinho; não em totalidade, mas traiu a inocência do coitado. Foi tudo muito rápido. A captura foi tão rápida, que para não cometer erros de esclarecimentos, Eu vou passar à cena seguinte.
Didaticamente, pense em um bruxulear da chama de uma vela: pronto, o tempo foi mais ou menos igual, e o bichano precipitou para cima do libertário dos ares e no afã de ser aplaudido, mostrou-o na boca.
O desespero da fuga foi tão grande, que partiu sem piar adeus. Foi... e sem medir a distância entre onde aterrissou e o felino, debicou num montículo de terra, que tremia sob as batidas do pequeno coração do pássaro.
No lado oposto, o malvado Gato espreitou a presa com ares de traído; era o que se via em seus olhos fumegantes. Indignado pela perda do banquete, tomou posição de ataque e disparou em resgate do que não lhe pertencia. Para quem pertence a linhagem dos ferozes e destemidos desbravadores de matas e selvas, empatar a batalha é fracasso. A vergonha é maior quando o "oponente" é um bicho pequeno. Nanico. Fraco. Disparou determinado, resoluto em direção à presa. De uma vez por todas sairia vitorioso; e o melhor: com o banquete na boca.
Ao ver a cena, minha índole paladina impeliu-me a bradar com o bichano; que por ser bicho do mato, bateu em retirada. Fui, peguei o ser indefeso de duas asas e coloquei-o no balde. Abastecendo-o de frutas, tapei o objeto, deixando uma vasta fresta para respirar. Sim, óbvio! Irei solta-lo, pois voar é oposto de prisão. Sou do tempo que pagava-se caro para ser livre.