vim ao mundo
mãos, peito e alegria tateiam no escuro pelo seu corpo. então há luz, e sutilmente te encontro onde o desconhecido também reside.
como vim ao mundo, nua e desprotegida, me contorço em meu corpo para conferir se ainda o reconheço. estou desgarrada de uma coisa e a procura de outra, que me recebe em braços inexplorados com perfeito encaixe.
sentimentos como estampidos internos e empurrões contra o peito denunciam o despreparo para estar num lugar que faz todo sentido.
e nunca fez tanto sentido olhar para o óbvio e descobri-lo mistério. enigma desvendado através do corpo e do discurso, alinhados como as peças num tabuleiro de xadrez antes da partida começar.
e começamos na luz, como vim ao mundo, acesa por dentro, me aprontando para explorar o que está por trás do encaixe. melhor pensando, o que está pela frente depois de encaixar-se; depois do clarão, depois de vir ao mundo, para assim me reconhecer, nua e protegida.