Quando...

Quando a ansiedade vem e me perturba, eu repito Teresa d´Ávila: "Nada te perturbe. Nada te espante. Tudo passa..."

Quando cometo um erro, não desprezo o que não deu certo, aprendo com o erro, retomo a direção e lembro-me de que "trazemos esse tesouro em vasos de barro". (2Cor 4,7)

Quando quero fugir do barulho, paro um pouquinho, faço um devoto silêncio e escuto: "Oxalá ouvísseis hoje a sua voz!" (Sl 95,7), pois amo o silêncio longe de qualquer publicidade e entro em sintonia com o Mistério divino.

Quando estou tíbio, eu me aprumo, tento recuperar o entusiasmo e alegria, e penso: "Refletir é bom, mas o importante é sentir". (Roger-Pol Droit)

Quando quero tudo do meu jeito, eu oro: "Pai, não seja o que eu quero, mas o que tu queres". (Mc 14,36)

Quando me assalta o medo da morte, volto a sonhar com o dia feliz das núpcias eternas.

Quando acho que não valho nada, eu volto a admitir que cada pessoa é uma obra de arte e todos somos "filhos da luz". (1Tes 5,5). E recordo que não podemos aceitar ser figueiras estéreis, de muitas folhas e poucos frutos.

Quando estou meio perdido na vida, eu me rendo como Charles de Foucauld: "Pai, eu me abandono a ti", e completo: "... é a vossa face que eu procuro". (Sl 26,8b)

Quando estou inflado de vaidade, ajoelho-me, tento me desapegar de quem eu imagino ser, e recordo o conselho de Paulo Apóstolo: "... Portanto, quem julga estar de pé, tome cuidado para não cair". (1Cor 10,12)

Quando estou com medo, eu recobro a coragem e penso: "Não se perturbe nem se intime o vosso coração". ((Jo 14,27)

Quando acordo de madrugada, eu balbucio na cama: "Ó Pai, tu és o meu Deus! Por ti eu madrugo. Minha alma tem sede de ti" (Sl 63,2).

Quando não me conformo em perder, peço a virtude da humildade para saber aceitar as perdas da vida.

Quando quero ter o controle de tudo, procuro sair de mim mesmo, faço um ato de confiança e logo uma voz me diz: "Sem mim nada podeis fazer". (Jo 15,5)

Quando estou cansado e esmorecido, levanto a cabeça, fixo-me no crucificado para recuperar o encanto pela vida e clamo: Ó Senhor, que fazes novas todas as coisas, renova-me sempre.

Quando vem a tentação, decido-me a não me alinhar a ela, e suplico: "Não nos deixeis cair em tentação" (Lc 11,4), pois sei que minha fé, com certeza, está sendo provada.

Quando me preocupo com o mundo das aparências, eu recito: "Vento que passas, leva-me contigo. Sou poeira também, folha de outono..." (Miguel Torga)

Quando a doença me abate, eu suplico: Médico de nossas almas, se queres, cura as feridas de corpo e da alma....

Quando estiver em guerra com alguém, eu não dispenso duas armas da luz - razão e coração, e penso: o tempo presente é tempo para semear o bem, não para guerrar.

Lu Mendes
Enviado por Lu Mendes em 28/06/2022
Reeditado em 30/06/2022
Código do texto: T7548042
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