QUANTOS SOMOS AGORA?

 

Fr(aturas)

fissuras que cor(rompem) figuras

nas alturas do poder

poder sem ter lábia pra dizer

falácias em palácios

e camêras vigiadas seletivas

cegando o que não se pode ver

O País soterrado, deslizando morro abaixo

afogando o descaso nas águas sepultantes

vidas submersas...lama que calada clama

sobreviventes revisitando a teoria do caos

Tantas mortes no geral pandêmico, sobre(naturais)...normais...criminalizadas...

marcadas...previsíveis...auspiciosas

Quantos somos agora?

Seleção natural?

Censo por aproximação ou contagem regressiva?

Quem somos?

O quê somos?

Somos tantos e tão poucos

Somos massa...sovada...abafada...moldável

quiçá se desanda...descartável...refugo do pão que o diabo amassou

Filhos de Deus...seus...meus...resistentes na fé

sem entregar os pontos que contornam as nossas cicatrizes.

 

 

Cristina Gaspar
Enviado por Cristina Gaspar em 02/06/2022
Reeditado em 02/06/2022
Código do texto: T7529448
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