Bipe
E para cada mensagem que me mandar, tenho que lembrar que você continua igual. Mesmo nome, mesmo CPF e mesmos defeitos.
Talvez tenha um sentimento seu ali por mim, no fundo sabe? Esse é meu único achismo certeiro, e acaba nisto. Fim.
Não tem uma entrega, não é uma visão de continuidade e nada que seja tão profundo. Se eu fosse sincero comigo mesmo, deveria repetir que não tem chances da gente dar certo. Não há esperança aonde só há sentimentos. Inclusive se eu gostasse um pouco mais de mim, diria a mim mesmo: deixe ele ir embora. E assim eu o faria... (Mas não deixo) e me agarro aos restos de memória. Os risos bobos, os passeios descontraídos e as danças desengonçadas.
Foi bom tudo o que tivemos. Foi intenso o suficiente para virar esse drama todo. E por fim, tivemos um fim. É um término mesmo que às vezes você também não aceite, pois não sou o único a mandar mensagens quando a saudade aperta. Aquelas borboletas demonstrando que um bipe do celular é o suficiente para abalar todos os pensamentos, foi o que nos transformamos.
Como se não fossemos bons o suficiente um para o outro...
Talvez não sejamos.