Entender

Às vezes quero entender o mundo.

Quero entender tudo, as físicas, químicas e biologías que fazem do mundo o que ele é.

Às vezes só quero entender de coisas mais cotidianas mesmo.

Quero entender de carros, de políticas e burocracias, leis, arquiteturas de prédios, de ruas… Quero entender de movelaria, de barcos e aviões, todas as máquinas e construções.

Mas quando me olho nos olhos dos outros e vejo como mecânica e divinamente máquina milagrosamente equilibrada eu sou…

Ai quero entender os corações, os ciúmes e todos os outros sentimentos humanamente chamados de amor, mas divinamente inspirados por… Pelo quê? Quero entender.

Quero entender minha namorada, minha mãe, minha sogra e quererei entender a minha filha. As mulheres, quero entender. Os homens não, estes são fáceis de se entender, com exceção de alguns velhos. Estes sim quero entender.

Quero entender o equilíbrio, a paz, mas também os caos e as guerras, a vida, as vidas, a morte e as mortes. Quero entender os mistérios do bem e do mal, do bom e do mau.

Entender…

Mas ainda… Às vezes, tudo o que eu quero é não entender. É deitar e afundar minha alma nas águas do não saber.

Não saber de nada, nadinha mesmo. Não saber de gente, de coisa, de carro, de mesa nem cadeira nem nada… Só quero sentir gostoso o ar que a vida convida ao meu peito, a luz que o horizonte traz aos meus olhos, o calor que a luz do Sol derrama sobre minha pele. Quero ouvir o som da vida e entender que de nada eu preciso entender, mas que não faz mal nenhum querer.