O que dizer de 2021?

O ano de 2021 nasceu como continuação (descreveria como um aborto para a maioria das pessoas) ou apenas uma continuação do ano anterior, devido ao isolamento social causado pela pandemia do coronavírus.

Como acredito em ciclos, para o ano de 2021 não tinha esperança de vim algo animador devido ao ano anterior. Os primeiros dias do ano me parecia serem difíceis e um grande descontentamento geral. O ano de 2020 ainda assombrava a gente.

Para mim tudo mudou quando de repente chegou à demanda de trabalho relacionada à publicação do meu primeiro livro. Foi uma alegria grande saber que o meu primeiro livro seria publicado. Comecei a fazer a especialização em Docência no IFMG. Voltei a acreditar naquilo que sempre fui. Voltei a escrever e pensei em ir para o mundo da literatura — começando pelo projeto autobiográfico. O ano de 2021, mudou da água para o vinho.

Outro assunto mexeu comigo entre os meados de julho e ficou até os últimos suspiros do ano de 2021, e ainda adentrou os primeiros dias de janeiro de 2022. Sem dúvidas foi o assunto que me atingiu profundamente. A situação me levou para o lamacento. Através da linha do tempo que é histórico cheguei a infância e início da graduação. No momento do despertar e de descoberta caberia renascer como a flor de lótus. Em julho me dividi em duas. Em agosto comecei a escrever. No mês de outubro decidi derrubar os muros do silêncio sobre a violência sexual que sofri quando tinha 12 anos. Dizem que o ato de escrever é chegar perto de quem somos. Sim. Concordo.

O imprevisível aconteceu — o impossível está suspenso. Aquele segredo maldito guardado a sete chaves agora faz parte da trama do enredo. O salto foi dado. Um dos maiores em vinte anos. Agora tenho convicção de que estou escrevendo o meu segundo livro, que depois seria o terceiro ou quarto.

A primavera de 2021 chegou como divisor de águas. Nasceu a carta-manifesto, que traz memórias literárias de Amora na sua versão lapidada para assim poder ganhar o mundo. Diria que ela é o esboço ampliado do meu terceiro livro. Alguém me falou “deixa a romancista florescer mais na sua escrita. A cientista e a militante está sufocando a romancista. O que você acha?” Outra pessoa falou depois que leu o texto: “que alma científica você tem por alcançar você mesma como objeto de estudo… e contribuir com o coletivo com sua experiência pessoal, de um esforço e dedicação intelectual enorme”.

Esse é o resumo do ano de 2021, com vitória — no embaraço da coragem de tentar superar a linhagem marcada por épocas, cheguei ao meu extremo e me vi despedaçada ou sendo esmagada por uma sociedade formadora de mentes esvaziadas de conteúdos e de sentimentos superficiais. Com certeza virão os frutos desse processo logo em breve.

Aguarde!

Grande foi o ano de 2021!