Ecologia X Economia
A palavra ecologia é proveniente do latim e intuitivamente significa o estudo do meio, que na adaptação atual do conceito, passou a designar o meio ambiente no quesito sustentabilidade. Já a palavra economia, etimologicamente advém da ideia de gestão desse meio em questão. Ou seja, pela carga semântica que esses termos carregam, não é difícil identificar a presença de um forte vínculo entre eles, uma vez que para uma boa administração do meio em que se vive, é necessário um estudo e um acompanhamento aprofundado. Entretanto, apesar das semelhanças na significação dessas palavras, os rumos contextuais e a aplicação prática desses conceitos seguiram caminhos opostos com o passar do tempo, em um claro fluxo de divergência. Um exemplo nítido dessa situação pode ser concebido na forma como somos ensinados a pensar em ecologia e economia como duas forças aparentemente distintas, como que se para que uma avançasse, a outra precisasse necessariamente regredir. Tal pensamento se torna automático e decorre de uma mentalidade baseada em preceitos liberais e a própria forma como somos ensinados a associar o lucro com a devastação ambiental. Um dos grandes desafios do mundo contemporâneo é reencontrar o ponto de convergência entre economia e ecologia, aquele estágio primitivo de morfologia das palavras, o retorno ao “eco” da conciliação entre duas palavras irmãs. Porém é válido ressaltar que não basta refletir sobre o assunto tendo como parâmetro único o aspecto simbólico que a palavra representa. É preciso que a busca por soluções vá muito além da do vulto idealizado no papel em que essas palavras se inscrevem. O que realmente importa é a visão prática do fenômeno do equilíbrio proposto pela consonância, tendo políticas afirmativas como perspectiva, bem como os devidos incentivos e mobilizações dos mais diversos segmentos. Dirigindo o olhar para o passado de nossa história, perceberemos que sociedades nativas têm muito a nos ensinar, visto que estabeleciam um contato com a natureza nos mais variados âmbitos da vida pessoal e coletiva, desde o sistema de crenças até os modos de subsistência. Tudo passava pelo crivo do respeito com a mãe-natureza, e em sua visão de mundo, estaríamos todos integrados a ela. Portanto, garantir a preservação não era um obstáculo ao desenvolvimento econômico, era pelo contrário, uma fonte de autonomia. Assim, torna-se latente uma intervenção mediadora e uma revisão da forma como pensamos os avanços, tendo em vista as prioridades a longo prazo, e as consequências mútuas entre meio ambiente e desenvolvimento. Substituindo (ecologia x economia) por (ecologia + economia).