Sobre Eles

Homens-Máquinas

Você devolveu à terra, uma minhoca hoje? Ontem também, não! E anteontem? Por sinal, tu sabes o valor ambiental de uma minhoca?

Ou por pensar o seu futuro, tal qual o gigantismo das águas azuladas do mar, você não se permite às ínfimas coisas que são as mais úteis, ambientalmente?

Aliás, biologicamente falando, qual o seu valor para a Natureza? Às vezes, a beleza apresentada aos olhos é do tamanho da cegueira devido o egoísmo, não manifestado.

Excelência

Não que seja chatice discriminatória, mas fugindo dos desvios que encurtam distâncias, das armadilhas tão presentes nas estradas, uma busca pela singela perfeição de fazer melhor à cada dia; o qual realiza-se com iniciativa, disciplina, preseverânça e regularidade.

Demore o quanto demorar, aconteça o que acontecer, mas excelência é o ápice de fazer o que se gosta.

Excelência é ser, o que se quiser Ser..., pente, leão...; violonista, ateu, seresteiro urbano, minhoca mendigando igualdade, paz e justiça!

Excelência é quando numa encruzilhada qualquer, param para reconhecerem-se; e feito o reconhecimento, a Luz e a Sombra retomam a caminhada, sabendo que juntas, representam o encontro da unicidade. E por onde a Luz for, a Sombra será seu par.

Homens-máquina, raramente chegam ao ápice da excelência, quando muito, da razoabilidade; o que deveras, em tempos desumanos carcomidos por um minúsculo vírus, está excelente!

Nem tudo é perda:

Resquício da ditadura, o macaco prego que Eu criava com maior carinho e esmerado cuidado, chegou sorrateiro na obscenidade da madrugada, colou as minhas dentaduras na saliência da gengiva com corega e sumiu no breu soturno. Penso que dentadura nunca mais.

Por sorte, o maldito ser, o qual a ciência teima em dizer que sou herança genética, esqueceu o copo com água. Quando vier a estiagem, daquela que retorcem troncos de árvores e ressecam vísceras, terei o que tomar.

Obs.: tomarei a água sem tártaro, pois exijo tratamento de potabilidade do líquido precioso.

Apenas a arte permite a insanidade, a lucidez e a visão iluminada dos misântropos; e não há nada: nem a família, nem o sistema político, nem os antropófagos sociais, nem o poder do dinheiro impõem regras, decretos e procedimentos corretos ao seu trabalho, à sua obra, pois acima de tudo, sua alma é, humanamente arredia. Rebelde em essência.

Mutável Gambiarreiro
Enviado por Mutável Gambiarreiro em 01/04/2021
Reeditado em 01/04/2021
Código do texto: T7220962
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