Imagens da Natureza - Bardo do Harz, II.
O quão devastador é a beleza divina das formas? E até o informe que paira no ar, vazio, solitário, estonteante. Caindo, caindo, caindo, do alto daquele céu límpido, suntuoso, que nos impele a olhar para cima atarantados em um indescritível êxtase...
O homem, como reles séquito extraordinariamente fiel e apaixonado; humilde, sobretudo, humilde. "Es tu, Céu, rei?" questiona-o, em sua pequena estatura diante a vastidão grandiosa que o observa.
Como se esperasse ser consumido por Urano, talvez... Na esperança de poder curvar-se ante a magnitude de um Rei austero e severo, cioso... E sem resposta, decide então, pelo sentimento equívoco, remendar-se. "Ou maior do que isto... és tu, a rainha que tanto espero?" questiona em toda sua auspiciosidade.
Por que não, Nut? Ou tantos outros deuses e deusas? Então ele se volta para si, encorajado pelo vislumbre da neve macia e gélida que o circunda, e percebe que sob o céu é (também) parte do que à terra pertence.
E percebendo ele que o Céu e a Terra são apenas um só, é também ele parte dos dois! Interminável, eterno e infinito... como todas as auroras que nascem e morrem no cair da noite!
HAMLICK BROCKENHARZ.