Imagens da Natureza - Bardo do Harz, II.

O quão devastador é a beleza divina das formas? E até o informe que paira no ar, vazio, solitário, estonteante. Caindo, caindo, caindo, do alto daquele céu límpido, suntuoso, que nos impele a olhar para cima atarantados em um indescritível êxtase...

O homem, como reles séquito extraordinariamente fiel e apaixonado; humilde, sobretudo, humilde. "Es tu, Céu, rei?" questiona-o, em sua pequena estatura diante a vastidão grandiosa que o observa.

Como se esperasse ser consumido por Urano, talvez... Na esperança de poder curvar-se ante a magnitude de um Rei austero e severo, cioso... E sem resposta, decide então, pelo sentimento equívoco, remendar-se. "Ou maior do que isto... és tu, a rainha que tanto espero?" questiona em toda sua auspiciosidade.

Por que não, Nut? Ou tantos outros deuses e deusas? Então ele se volta para si, encorajado pelo vislumbre da neve macia e gélida que o circunda, e percebe que sob o céu é (também) parte do que à terra pertence.

E percebendo ele que o Céu e a Terra são apenas um só, é também ele parte dos dois! Interminável, eterno e infinito... como todas as auroras que nascem e morrem no cair da noite!

HAMLICK BROCKENHARZ.

BARDUS
Enviado por BARDUS em 20/01/2021
Reeditado em 23/02/2021
Código do texto: T7164535
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